50|50
http://www.imdb.com/title/tt1306980/
Continuando as reviews de filmes protagonizados por Joseph Gordon-Levitt, segue-se o filme que teve "menos" na ribalta, considerando a recente lista de filmes deste actor. Embora com menos impacto que "The Dark Knight Rises - O Cavaleiro das Trevas Renasce" e "Inception - A Origem", o filme "50|50" é, na minha opinião, a melhor interpretação de JGL até hoje.
O filme de Jonathan Levine é vagamente baseado na própria vida do argumentista Will Reiser e na sua descoberta e posterior aceitação do diagnóstico de um cancro. Neste filme, Adam Lerner (JGL), um jornalista de rádio de 27 anos, é diagnosticado com um tumor maligno na espinha, sabendo então que a sua hipótese de sobrevivência é de 50%, ou seja 50|50.
Desde muito cedo conseguimos perceber que este não é um filme típico. Para além de vermos como o portador da doença reage ao longo da situação, tão ou mais importante é a reacção das pessoas mais próximas dele. Conseguimos perfeitamente ter noção de 3 pontos de vista e maneiras de lidar com a situação completamente diferentes.
Temos Kyle Hirons (Seth Rogen) e o seu humor infindável, com a sua capacidade de alegrar Adam. Vemos a namorada Rachel (Bryce Dallas Howard) e as dificuldades que atravessa com a situação, levando a atitudes questionáveis, mas que apenas quem passa por uma situação semelhante pode condenar. Por fim, temos a mãe, Diane Lerner (Anjelica Houston), que após lidar com o marido diagnosticado com demência, também tem que lidar com a notícia do seu filho.
O filme desenrola-se com um equilíbrio perfeito entre drama e comédia, com cenas extremamente depressivas e devastadoras - como a cena do carro (não vou divulgar por respeito a quem ainda não viu) - misturadas com cenas de encher o coração - como a cena do livro de Kyle.
Em relação ao elenco, JGL leva esta interpretação a um nível elevadíssimo, encarnando a personagem de uma maneira impressionante, com pormenores que revelam uma maturidade muito acima da sua idade. Conseguimos gostar desta personagem desde o início, onde se vê o seu gosto pelo que faz e pelas pessoas que ouvem as suas reportagens, até ao fim, passando por situações de difícil interpretação, com muita emoção à mistura. Uma personagem de quem é impossível não gostar.
Falando de Seth Rogen, que interpreta o melhor amigo Kyle, o que dizer? Interpretação imaculada de um actor que muita gente considera medíocre (eu incluído, apesar de ter dado umas belas gargalhadas com "Pineapple Express" e "Knocked Up"). Um papel que lhe encaixa na perfeição, com falas de um humor e de uma agudeza tal que, por vezes, não se percebem da primeira vez que se vê o filme. Inteligente também a maneira como o argumento consegue dar uma visão positiva ao consumo de haxixe por parte de Kyle, mostrando alguns dos seus benefícios, mental e fisicamente. Bryce Dallas Howard, como Rachel, tem uma interpretação estável, sem desiludir, com emoções autênticas, contudo nunca sobressaindo. Anna Kendrick, como Katherine McKay, também não desilude, ao interpretar a jovem psiquiatra. Porém, tal como Bryce, nunca se destaca.
Não porque tem uma má interpretação, mas porque JGL e Seth Rogen roubam o filme por completo, no bom sentido, claro. Um filme que tão rapidamente nos deixa em lágrimas como nos faz rir genuinamente, que recomendo a toda a gente. Próxima review, "Mysterious Skin - Pele Misteriosa", outra obra-prima
Filipe Vale
O filme de Jonathan Levine é vagamente baseado na própria vida do argumentista Will Reiser e na sua descoberta e posterior aceitação do diagnóstico de um cancro. Neste filme, Adam Lerner (JGL), um jornalista de rádio de 27 anos, é diagnosticado com um tumor maligno na espinha, sabendo então que a sua hipótese de sobrevivência é de 50%, ou seja 50|50.
Desde muito cedo conseguimos perceber que este não é um filme típico. Para além de vermos como o portador da doença reage ao longo da situação, tão ou mais importante é a reacção das pessoas mais próximas dele. Conseguimos perfeitamente ter noção de 3 pontos de vista e maneiras de lidar com a situação completamente diferentes.
Temos Kyle Hirons (Seth Rogen) e o seu humor infindável, com a sua capacidade de alegrar Adam. Vemos a namorada Rachel (Bryce Dallas Howard) e as dificuldades que atravessa com a situação, levando a atitudes questionáveis, mas que apenas quem passa por uma situação semelhante pode condenar. Por fim, temos a mãe, Diane Lerner (Anjelica Houston), que após lidar com o marido diagnosticado com demência, também tem que lidar com a notícia do seu filho.
O filme desenrola-se com um equilíbrio perfeito entre drama e comédia, com cenas extremamente depressivas e devastadoras - como a cena do carro (não vou divulgar por respeito a quem ainda não viu) - misturadas com cenas de encher o coração - como a cena do livro de Kyle.
Em relação ao elenco, JGL leva esta interpretação a um nível elevadíssimo, encarnando a personagem de uma maneira impressionante, com pormenores que revelam uma maturidade muito acima da sua idade. Conseguimos gostar desta personagem desde o início, onde se vê o seu gosto pelo que faz e pelas pessoas que ouvem as suas reportagens, até ao fim, passando por situações de difícil interpretação, com muita emoção à mistura. Uma personagem de quem é impossível não gostar.
Falando de Seth Rogen, que interpreta o melhor amigo Kyle, o que dizer? Interpretação imaculada de um actor que muita gente considera medíocre (eu incluído, apesar de ter dado umas belas gargalhadas com "Pineapple Express" e "Knocked Up"). Um papel que lhe encaixa na perfeição, com falas de um humor e de uma agudeza tal que, por vezes, não se percebem da primeira vez que se vê o filme. Inteligente também a maneira como o argumento consegue dar uma visão positiva ao consumo de haxixe por parte de Kyle, mostrando alguns dos seus benefícios, mental e fisicamente. Bryce Dallas Howard, como Rachel, tem uma interpretação estável, sem desiludir, com emoções autênticas, contudo nunca sobressaindo. Anna Kendrick, como Katherine McKay, também não desilude, ao interpretar a jovem psiquiatra. Porém, tal como Bryce, nunca se destaca.
Não porque tem uma má interpretação, mas porque JGL e Seth Rogen roubam o filme por completo, no bom sentido, claro. Um filme que tão rapidamente nos deixa em lágrimas como nos faz rir genuinamente, que recomendo a toda a gente. Próxima review, "Mysterious Skin - Pele Misteriosa", outra obra-prima
Filipe Vale
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